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PLATÃO E MATER DEI – REDAÇÃO

Tema de Redação: Crise na Coreia

Date: 21 de setembro de 2017

Author: redacaonline

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Com base nos seus conhecimentos e nos textos motivadores, elabore a redação de um texto dissertativo-argumentativo (entre 15 e 25 linhas, a tinta azul ou preta) sobre o seguinte tema: CRISE NA COREIA DO NORTE.

ATENÇÃO: Entregue seu trabalho no dia 16 de outubro – segunda-feira- durante a aula do Prof. Zumas. (1ª. aula MATER DEI – 5ª. aula – PLATÃO), em folha apropriada para redação (procure-a junto à Coordenação).

 

5 passos para entender a crise na Coreia do Norte

 

O avanço do programa nuclear norte-coreano e a ameaça de retaliação dos Estados Unidos elevam a tensão na Península Coreana

O avanço do programa nuclear da Coreia do Norte e a possibilidade de que o país realize um novo teste com bombas atômicas têm elevado a tensão na Ásia. Os Estados Unidos (EUA) ameaçam retaliar militarmente qualquer tentativa de teste da Coreia do Norte, enquanto a China, aliada dos norte-coreanos, procura mediar a crise diplomaticamente e evitar um conflito.

Entenda as raízes históricas desta crise e por que as relações entre EUA e Coreia do Norte chegaram a este ponto:

 

  • A Guerra da Coreia

                A Guerra Fria dividiu o mundo em duas zonas de influência: uma capitalista, sob a liderança dos EUA, e outra comunista, controlada pela União Soviética (URSS). Sob este contexto, a Península Coreana deu origem à Coreia do Norte, sob influência da URSS, e a Coreia do Sul, alinhada com os EUA.

                Em 1950, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, deflagrando a Guerra da Coreia. Uma trégua foi assinada em 1953, estabelecendo uma zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países. Mas as Coreias permanecem tecnicamente em guerra, já que não foi assinado nenhum acordo de paz.

 

  • O regime norte-coreano

                A Coreia do Norte é um país comunista de partido único sob controle da dinastia Kim desde 1948. A nação é economicamente atrasada, fechada à comunidade internacional e tem seu comando baseado no culto à personalidade do atual líder, Kim Jong Un, que herdou do pai e do avô a chefia do regime.

                Na ditadura norte-coreana não há liberdade de imprensa e direitos civis. O regime é acusado pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU de promover prisões abusivas, assassinatos, escravidão, tortura e estupros contra dissidentes. A Coreia do Norte é o país mais militarizado do mundo, com uma estimativa de 1,2 milhão de soldados e 6 milhões de reservistas para uma população de 25 milhões.

  • O programa nuclear

                Com o fim da União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte perdeu o apoio financeiro da antiga potência e entrou em crise econômica. Seguidas safras ruins provocaram escassez de alimentos e centenas de milhares de pessoas morreram de fome. O governo passou a depender da ajuda financeira de seus rivais – EUA, Japão e Coreia do Sul. A partir de 2000, as potências ocidentais começam a estimular negociações para a reunificação das Coreias.

                Para garantir a sobrevivência do regime, a Coreia do Norte iniciou um programa nuclear, acreditando que a posse de armas atômicas conseguiria dissuadir qualquer ação dos EUA para tentar derrubar o governo. Também foi uma forma que o regime encontrou para ter maior poder de barganha com as grandes potências e conseguir exigir concessões econômicas. Em 2006, o país testou pela primeira vez uma bomba atômica com sucesso. Desde então, a Coreia do Norte já realizou outros quatro testes nucleares – o último, em setembro de 2016.

 

  • As negociações

                Desde o primeiro teste nuclear da Coreia do Norte, as potências ocidentais tentam convencer o país a abandonar suas ambições nucleares. Complexas negociações têm andamento, com os norte-coreanos barganhando benefícios como envio de petróleo e alimentos em troca do fechamento de reatores nucleares e permissão para inspeções internacionais. Mas nas poucas vezes em que as partes chegaram a um acordo, o regime norte-coreano rompeu o compromisso e deu prosseguimento ao programa nuclear.

                Com o avanço dos testes atômicos, a ONU impôs diversas sanções à Coreia do Norte que incluem proibição de viagens e congelamento de ativos de funcionários do regime, além de materiais, equipamentos e tecnologias que foram proibidos de serem exportados para o país.

 

  • A crise atual

                Até recentemente, os EUA vinham lidando com a ameaça norte-coreana de forma diplomática, impondo sanções na tentativa de sufocar a economia e forçar  o regime a desistir de seu programa nuclear. Mas, ao ser pressionado, Kim Jong Un tem respondido com uma retórica agressiva, ameaçando com novos testes e dizendo-se pronto para entrar em uma guerra.

                A atual crise começou com a intensificação da atividade militar da Coreia do Norte, que passou a testar a capacidade de novos mísseis desde o início do ano. Também surgiram rumores de que o país estaria preparando um novo teste nuclear em breve. Essa atitude do regime entrou em rota de colisão com o novo presidente dos EUA, Donald Trump, que assumiu em janeiro. Disposto a não tolerar as provocações norte-coreanas, Trump ameaçou uma retaliação energética em caso de um novo teste nuclear. Por sua vez, a China, principal aliada dos norte-coreanos, tenta colocar panos quentes na crise e convencer os dois lados a não elevar a tensão.

                               Devido ao isolamento da Coreia do Norte, não há uma estimativa precisa do arsenal do país. Acredita-se que o regime dispõe de mais de mil mísseis de diferentes alcances, incluindo os de longo alcance que poderiam atingir os EUA. O país ainda não conseguiu testar um míssil balístico intercontinental capaz de abrigar uma ogiva atômica, mas a Coreia do Norte teria condições de realizar um ataque nuclear a nações vizinhas como a Coreia do Sul e o Japão.

                Como o programa nuclear norte-coreano já foi motivo de outras crises agudas no passado, espera-se que a atual tensão não passe da retórica agressiva e troca de acusações entre EUA e Coreia do Norte. Mas, diante de dois líderes intempestivos como Donald Trump e Kim Jong Un, o desfecho dessa crise é imprevisível.

 

Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/5-passos-para-entender-a-crise-na-coreia-do-norte/

 

Tensão entre os EUA e a Coreia do Norte: há razão para temer uma guerra nuclear?

Retórica agressiva entre os dois países causa preocupação, mas analistas apontam para três razões que indicam que não há motivo para pânico sobre possibilidade de guerra.

                Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse que vai responder às ameaças da Coreia do Norte “com fogo e fúria jamais vistos pelo mundo”.

            Enquanto isso, a Coreia do Norte ameaçou lançar mísseis contra a ilha de Guam, território dos EUA no Pacífico habitado por 163 mil pessoas.

             E tudo isso acontece em meio a informações de que Pyongyang possa ter finalmente conseguido miniaturizar uma ogiva nuclear para caber em um míssil intercontinental – uma perspectiva temida há muito tempo pelos Estados Unidos e seus aliados asiáticos.

                Seria isso um prenúncio de um conflito militar?

                Especialistas dizem que não há motivo para pânico. Eis as quatro razões para isso:

 

  1. Ninguém quer guerra

                Isso é o mais importante. Uma guerra na península coreana não é do interesse de ninguém.

                O principal objetivo da Coreia do Norte é a sobrevivência – e uma guerra com os Estados Unidos poderia comprometer isso. Como o analista para Assuntos de Defesa da BBC Jonathan Marcus pontuou, qualquer ataque norte-coreano contra os EUA ou seus aliados no contexto atual poderia rapidamente evoluir para uma guerra maior – e é preciso assumir que o regime de Kim Jong-un não é suicida.

                Aliás, é por isso que a Coreia do Norte tem se empenhado tanto em se tornar uma potência nuclear. Pyongyang parece acreditar que ter essa capacidade protegeria o regime – aumentando o preço para derrubá-lo. Kim Jong-un não quer seguir o caminho de Muammar Khadafi, na Líbia, ou Saddam Hussein, no Iraque. Nenhum dos dois possuía armas nucleares.

                Andrei Lankov, da Univeridade de Kookmin, em Seul, disse ao jornal britânico The Guardian que “a probabilidade de conflito é muito baixa”, mas que a Coreia do Norte “tampouco estava interessada em diplomacia” a essa altura.

                “Primeiro eles querem ter a habilidade de limpar Chicago do mapa, aí então eles estarão interessados em soluções diplomáticas”, disse Lankov.

  1. E quanto a um ataque preventivo americano?

                Os Estados Unidos sabem que um ataque à Coreia do Norte poderia forçar o regime a retaliar atacando Coreia do Sul e Japão, aliados dos EUA.

                Isso poderia resultar em muitas mortes, incluindo as de milhares de americanos – tropas e civis.

                Além disso, Washington não quer correr o risco de que sejam lançados mísseis contra cidades americanas.

                Por fim, a China – o único aliado de Pyongyang – ajudou a manter o regime precisamente porque seu colapso poderia ser pior para ela estrategicamente. Tropas americanas e sul-coreanas a um passo da fronteira chinesa formariam um cenário que Pequim certamente prefere evitar – e é isso o que aconteceria em caso de guerra.

 

  1. Palavras, não ações

                Trump pode ter ameaçado a Coreia do Norte com uma linguagem incomum para um presidente americano, mas isso não significa que os Estados Unidos estejam marchando rumo à guerra.

                Como uma fonte militar anônima disse à agência Reuters: “Só porque a retórica fica mais agressiva não quer dizer que nossa postura muda”.

                O colunista do “New York Times” Max Fisher concorda: “São os tipos de sinais, não os comentários bruscos de um líder, que mais importam nas relações internacionais”.

                Além disso, depois dos dois testes de mísseis intercontinentais da Coreia do Norte em julho, os Estados Unidos tentaram uma tática diferente – pressionar Pyongyang através de sanções do Conselho de Segurança da ONU.

                E seus diplomatas têm mostrado otimismo sobre um eventual retorno à mesa de negociações, apontando para o apoio de China e Rússia.

                Esses dois países enviam sinais conflitantes a Pyongyang, mas também moderam a retórica agressiva do presidente Trump.

                Ainda assim, alguns analistas dizem que um movimento mal interpretado no contexto de tensão poderia levar a uma guerra por acidente.

                “Poderia ocorrer uma falha de energia na Coreia do Norte que pudesse ser interpretada como um ataque dos EUA. Ou os EUA podem cometer um erro [na Zona Desmilitarizada]”, disse à BBC Daryl Kimball, do centro de estudos americano Arms Control Association. “Então há várias formas de cada lado errar o cálculo e a situação acabar saindo do controle”.

  1. Nenhuma novidade

                Como pontua o ex-secretário-assistente de Estado dos EUA PJ Crowley, Estados Unidos e Coreia do Norte chegaram perto de um conflito armado em 1994, quando Pyongyang se negou a permitir a entrada de inspetores internacionais em suas instalações nucleares. Na ocasião, a diplomacia venceu.

                Com o passar dos anos, a Coreia do Norte fez ameaças incendiárias contra Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul com regularidade, muitas vezes ameaçando transformar Seul em um “mar de fogo”.

                E a retórica de Trump não é exatamente sem precedentes para um presidente americano.

                “De várias maneiras diferentes, ainda que de uma forma não tão colorida, os Estados Unidos sempre disseram que, se a Coreia do Norte atacar, o regime deixará de existir”, diz Crowley.

                A diferença desta vez, acrescenta ele, é que o presidente dos Estados Unidos parece sugerir que tomaria uma atitude preventiva (apesar do secretário de Estado, Rex Tillerson, ter descartado essaopção depois).

                Esse tipo de retórica belicosa imprevisível vindo da Casa Branca não é comum e preocupa as pessoas, dizem analistas.

                Ainda assim, a Coreia do Sul – o aliado americano que mais tem a perder em um confronto com o Norte – não parece estar muito preocupada.

                Um assessor da Presidência em Seul disse a jornalistas que a situação não chegou a um nível de crise e que é muito provável que tudo seja resolvido pacificamente.

                Isso é motivo para otimismo.